Impedanciometria e Timpanometria: Uma Avaliação Importante do Sistema Auditivo

Impedanciometria e Timpanometria: Uma Avaliação Importante do Sistema Auditivo

A impedanciometria, também conhecido como imitanciometria, é um exame utilizado para avaliar a função da orelha média e a via dos reflexos acústicos. É um procedimento essencial para o diagnóstico de várias condições auditivas, permitindo uma compreensão mais precisa da saúde do paciente.

Como funciona a Impedanciometria?

A imitanciometria é um teste que avalia a mobilidade do tímpano e da orelha média por meio da timpanometria.

A timpanometria é um exame auditivo que avalia os reflexos acústicos, que envolvem os nervos cranianos VII e VIII e o tronco encefálico auditivo. É importante ressaltar que a impedanciometria não é usada para avaliar diretamente a sensibilidade auditiva, mas sim em conjunto com outras medidas de limiar.

A massa, mobilidade e resistência dos sistemas da orelha externa e média

Indicações da Impedanciometria

A impedanciometria é útil para identificar várias patologias dos sistemas auditivos periférico e central. Alguns exemplos de indicações para a impedanciometria incluem:

  • Efusão na orelha média: A impedanciometria pode detectar a presença de efusão na orelha média, que é comumente associada a otite média.
  • Perfuração do tímpano: A presença de uma perfuração do tímpano pode ser identificada por meio da impedanciometria.
  • Tímpanosclerose: A impedanciometria pode ajudar a detectar a presença de tímpanosclerose, que é o endurecimento do tímpano devido à deposição de tecido ósseo.
  • Hipermobilidade do tímpano: A impedanciometria pode ser usada para avaliar a hipermobilidade do tímpano, que pode ser um indicador de problemas na orelha média.
  • Disfunção da tuba auditiva: A impedanciometria pode auxiliar no diagnóstico de disfunção da tuba auditiva, que está associada a problemas de equalização de pressão.
  • Otorreia: A presença de otorreia, que é a drenagem de fluido através do canal auditivo externo, pode ser detectada por meio da impedanciometria.
  • Otosclerose: A impedanciometria pode ajudar a identificar a presença de otosclerose, que é o crescimento anormal de osso na orelha média.
  • Discontinuidade ossicular: A presença de uma descontinuidade ossicular, que ocorre quando os ossículos da orelha média não estão adequadamente conectados, pode ser detectada por meio da impedanciometria.
  • Neuroma acústico ou outro distúrbio do nervo craniano VIII: A impedanciometria pode ser usada para avaliar a função do nervo craniano VIII, que está envolvido na transmissão do som para o cérebro.
  • Distúrbio do nervo craniano VII: A impedanciometria pode auxiliar no diagnóstico de distúrbios do nervo craniano VII, que estão associados a problemas de função muscular facial.
  • Perda auditiva: Embora a impedanciometria não seja um teste direto para avaliar a sensibilidade auditiva, ela pode fornecer informações complementares sobre a perda auditiva quando interpretada em conjunto com outros testes de limiar.

Contraindicações da Impedanciometria

A imitanciometria é geralmente um teste seguro e não invasivo. No entanto, existem algumas contraindicações que devem ser consideradas. A timpanometria de baixa frequência não é recomendada para bebês menores de 7 meses, pois a cartilagem do canal auditivo é muito macia e resultados enganosos podem ocorrer. Pesquisas estão em andamento para desenvolver protocolos precisos de impedanciometria para bebês menores de 7 meses, mas atualmente não há diretrizes clínicas padronizadas disponíveis.

Timpanometria: Uma Avaliação Quantitativa

A timpanometria é uma técnica objetiva que fornece dados quantitativos sobre a função do sistema auditivo. Ela envolve o uso de um timpanômetro, que é um dispositivo que emite um estímulo sonoro no canal auditivo e registra as respostas acústicas. Durante o procedimento, um gerador de estímulo sonoro transmite energia acústica no canal auditivo, enquanto uma bomba de vácuo introduz pressões positivas e negativas no ouvido médio. Um microfone no instrumento detecta a energia sonora retornando.

A partir desse exame auditivo obtêm-se 4 dados objetivos: o volume equivalente do canal auditivo, a complacência máxima do sistema do ouvido médio, a pressão na qual o sistema do ouvido médio tem a maior absorção de energia sonora (pressão de pico) e a largura da curva timpanometrica. Esses dados são exibidos em um gráfico chamado de timpanograma. É importante ressaltar que o sucesso da timpanometria depende da correta colocação do aparelho no canal auditivo e da colaboração do paciente para minimizar o movimento durante o teste.

Timpanometria e Otite Médica

Esse exame auditivo desempenha um papel importante na avaliação de doenças do ouvido médio, como a otite média. A otite média com efusão (OME) é definida como a presença de fluido no ouvido médio sem sinais ou sintomas de infecção. A  otite média aguda, por outro lado, é caracterizada pela presença de efusão no ouvido médio em conjunto com o início recente e abrupto de um ou mais sinais ou sintomas de inflamação do ouvido médio. A distinção entre OME e AOM é essencial para evitar o uso desnecessário de antibióticos.

A timpanometria pode ser usada para confirmar a suspeita de OME e auxiliar no diagnóstico de otite média aguda. Um tympanogram de tipo B, que apresenta uma curva plana e uma complacência anormal, é frequentemente observado em casos de OME. Essa alteração indica uma diminuição na mobilidade da membrana timpânica devido à presença de fluido. No entanto, é importante ressaltar que a tympanometry não pode diferenciar entre OME e AOM apenas por si só. É necessária a combinação de outros achados clínicos, como a otoscopia pneumática, para um diagnóstico mais preciso.

Interpretação dos Resultados Timpanométricos

A interpretação dos resultados timpanométricos requer conhecimento e compreensão das diferentes curvas timpanométricas. A curva de tipo A é considerada normal, com uma altura máxima próxima de zero e uma largura normal. Essa curva indica uma função normal do sistema auditivo. A curva de tipo B, por outro lado, é plana e indica uma complacência reduzida. Essa curva geralmente está associada à presença de fluido no ouvido médio ou a outras condições que afetam a mobilidade da membrana timpânica.

Existem também curvas timpanométricas de tipo C, que indicam uma pressão negativa significativa no ouvido médio. Essa curva é frequentemente observada em casos de retração da membrana timpânica devido a infecções respiratórias superiores. No entanto, a curva de tipo C não é um indicador confiável por si só e deve ser interpretada em conjunto com outros achados clínicos.

Teste de Fístula Perilinfática

Um outro teste é o teste de fístula perilinfática que avalia a presença de uma fístula anormal no sistema labiríntico interno. Durante o teste, a pressão no canal auditivo é variada pela sonda de imitância, e se ocorrer vertigem ou nistagmo, o teste é considerado positivo. No entanto, a precisão desse teste em distinguir pacientes sintomáticos com fístulas patentes daqueles sem é questionável.

A Importância da Timpanometria na Prática Clínica

Ela é uma ferramenta valiosa para médicos de família e otorrinolaringologistas na avaliação de doenças do ouvido médio. Fornecendo informações objetivas sobre a função do sistema auditivo, permitindo um diagnóstico mais preciso e um melhor planejamento do tratamento.

Através da timpanometria, é possível confirmar a presença de fluido no ouvido médio, determinar a mobilidade da membrana timpânica e avaliar a patência de tubos de ventilação timpânica. Esses dados auxiliam na diferenciação entre OME e AOM, evitando assim o uso desnecessário de antibióticos. Além disso, a timpanometria pode ser usada na avaliação de crianças com suspeita de distúrbios auditivos, fornecendo informações valiosas sobre a função do ouvido médio.

É importante ressaltar que a timpanometria deve ser realizada por profissionais treinados e experientes. A correta colocação do aparelho no canal auditivo e a colaboração do paciente são essenciais para obter resultados precisos. Além disso, a interpretação dos resultados timpanométricos requer conhecimento e experiência clínica.

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